Amor é quando nos sentimos confortáveis para chorar

março 21, 2017

A verdade é que só aprendemos sobre o amor um pouquinho por dia - talvez em medidas de colheres de sopa, mesmo quando vamos dormir abraçando os joelhos pensando no quanto temos andado sozinhos.
Dia desses você me ensinou que o amor pode ser o formato das suas bochechas quando você sorri ou a forma como eu me sinto seguro de madrugada para ir ao banheiro sozinho se eu puder ouvir ao fundo o som baixinho de sua respiração.
Vi amor no pijama de unicórnio que você começou a usar no início deste outono, no quanto você parece gostar do carinho que eu faço entre seus cabelos para você pegar no sono mais rápido e no quanto vale a pena quase perder o ônibus porque não pude deixar de voltar para te dar um beijo de despedida e te desejar uma boa manhã.
Amor são seus pés passeando nos meus antes de dormirmos ou eu ter vontade de comer só porque você deixou um bilhete na geladeira me dizendo para não esquecer de almoçar. Talvez eu tivesse me esquecido de como receber esse tipo de amor por ter andado tanto tempo cantando baixinho para ninguém ouvir, mas acho que estou aprendendo a receber o seu e a não sentir vergonha da confusão que sempre tive aqui dentro e que nunca entendi.
Talvez seja patético o que vou dizer agora, mas entre tanto pó para tirar e as roupas que preciso estender, pensei por um momento que o que eu precisava mesmo era decidir qual foi o maior gesto de amor que já recebi. Talvez tenha sido você ficar acordado até mais tarde só porque eu te pedi, talvez seja sua vocação em me fazer sentir confortável para chorar.
Mas sei que posso decidir isso amanhã, ou depois de amanhã, ou depois de depois de amanhã, afinal foi você mesmo quem me disse que vai sempre deixar as portas abertas para que eu fique à vontade e acabe me acostumando com o bem enorme que você me faz.

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Fotinha :)


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